O que é Dataísmo?

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Será uma nova tendência ?

Antigamente, quando buscávamos informações ou aconselhamento, recorríamos aos livros ou a pessoas mais experientes. De certo modo isso ainda vale nos dias de hoje, porém, essa prática vem sendo substituída pela utilização de banco de dados. Você sabia que os dados são o novo petróleo, em termos de valor, se bem utilizados? Estamos na era do dataísmo, e se você quiser saber mais sobre esse assunto, leia o artigo a seguir.

 

O que é dataísmo?

Dataísmo vem do latim data, que significa “dados”. É um movimento crescente na sociedade atual, que usa os dados como base para todo tipo de escolha e tomada de decisão, com o objetivo de alcançar praticidade, exatidão e economia de tempo e recursos.

Parece algo simples, e é, porém, com resultados profundos. Tudo pode ser transformado em dados: desde a biologia dos corpos humanos a preferências pessoais, passando pela previsão do tempo a análise de tráfego. Esses dados são armazenados e disponibilizados quando solicitado, para ajudar em tomadas de decisões.

 

Como o dataísmo funciona na prática?

É grande a quantidade de pessoas que possui um smartphone e que tem acesso à internet. Cada clique dado em qualquer direção do imenso espaço que é a internet deixa rastros de buscas, preferências e interesses.

Com base nisso, os algoritmos passam a entender do que cada pessoa gosta, o que ela procura e qual seu posicionamento político, entre outras coisas. Assim, passa a entregar a essa pessoa mais daquilo que ela se interessa.

É possível perceber isso nas redes sociais, que criam bolhas de interesses com base em itens que o indivíduo busca e curte.

Lojas digitais também lançam mão desse artifício, ao oferecerem produtos que podem ser interessantes. Essa escolha é feita pela análise de busca e compras de várias outras pessoas que buscaram e compraram algo similar.

Na área médica, o dataísmo já consegue oferecer diagnósticos com base em uma extensa base de dados de sintomas. As informações desse banco de dados se cruzam, chegando a resultados cada vez mais exatos. Inclusive mais exatos até que profissionais experientes e com muitos anos de carreira poderiam oferecer. Isso permite realizar tratamentos personalizados e aprimorados para cada caso.

É possível, também, adiantar-se e oferecer os próprios dados biológicos e genéticos para verificar se há risco de doenças crônicas. A atriz Angelina Jolie, em 2013, descobriu que seu corpo carregava uma mutação genética que, segundo bancos de dados, tinha chance superior a 80% de causar câncer de mama. Jolie não tinha a doença, mas decidiu por antecipar-se, fazendo uma mastectomia dupla.

 

O dataísmo ameaça o pensamento humano e o livre arbítrio?

Se os dados podem entregar resultados tão exatos, percebe-se porque hoje em dia são tão valorizados. Uma análise de big data bem-feita pode ser responsável por crescimento e enriquecimento de organizações, além de mudar o rumo político de nações. Há questões éticas atreladas a isso – como no caso da Cambridge Analytica e Facebook.

Assim, se damos tanta informação, que se transforma em dados, e recebemos justamente o que queremos – pela análise das nossas “pegadas” internet afora – como saber se aquilo que acreditamos, fazemos e consumimos é escolha nossa ou sugestão dos algoritmos?

Aí há uma linha tênue entre se conhecer e apenas consumir. Uma postura crítica frente a tudo que lemos, ouvimos, consumimos é necessária para perceber o que vem de fora e o que vem de si. Autoconhecimento é a chave, e a última palavra sempre será nossa.

 

A utilização de banco de dados já é um caminho sem volta. Ela existe em todas as áreas da sociedade, e é possível observar o dataísmo em diversas atividades rotineiras. Quando bem empregados, os dados podem ajudar a entregar resultados mais certeiros com grande economia de tempo e recursos, o que sem dúvida é um progresso. É necessário, entretanto, postura crítica e autoconhecimento ao usar esses dados, além de submeter o dataísmo à ética. Sendo assim, você acha que está preparado para essa realidade? Pense nisso!

 

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