LIDERANÇA EM TEMPOS DE CRISE

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Todos sabemos que o Brasil enfrenta uma profunda e longa crise político-econômica. Há um ano a crise entrou na “moda”. Fiquei pensando na rotina do meu dia-dia. Crise parece-me mais rotineira do que um momento do país. Ou será que só eu tenho crise, passo por crise, vivo crise? Crise pessoal, financeira, profissional. Entendi: só acontece comigo e na minha casa e com o meu trabalho.

Crise na liderança então deve ser ilusória.

Certamente que a crise tem seu lado positivo afinal há quem diga: “Crise? Corte o “esse” e crie! ” De fato, atitude positiva cai bem para todos nós, em todos os momentos, ainda mais para líderes, mas será que conseguimos viver sem crise?

Falando de crise na liderança, podemos imaginar que a primeira crise de liderança aconteça quando o líder se depara com o choque de valores pessoais e corporativos. Quando isso acontece, o medo da perda do cargo ou mesmo a falta de tempo para pensar sobre o assunto gera uma crise. E não estou aqui insinuando que a empresa adote padrões imorais ou amorais, mas choque de valores: modo de pensar e agir diferente diante de conflitos e situações desafiadoras.

O líder pode perceber a crise e seguir adiante. Pode até não perceber claramente e até mesmo perceber e não confrontar por medo ou outra razão. Ou até mesmo por não saber como agir. O fato é que terá que seguir adiante. Normalmente, segue freneticamente, sem tempo para parar e analisar. Sim, o tempo é curto e tem que atingir metas, contratar pessoas, comandar equipes, independentemente do tamanho da empresa e segmento de mercado e assim, o líder segue adiante.

Por outro lado, a teoria de liderança nos ensina que o líder deve ter características, habilidades, competências pessoais, técnicas e atitudes para agir, fazer, conquistar, e claro manter-se na liderança galgando novos patamares estando ou não em crise, seja qual for.

O país, o mercado, as empresas entram em crise, mas alguém para e pergunta ao líder:  “ Ei você, indivíduo, gente como a gente, mulher, homem, ser humano com frustrações, medos e anseios, você está passando por alguma crise? E se perguntarem o líder isso, será que  terá coragem de responder sinceramente. Afinal, líder tem que ser integro, sincero, verdadeiro.

Infelizmente, não há curso ou técnica que ensine ao líder como lidar com as frustrações, medos, inseguranças, mas o sistema organizacional, que é formado de seres humanos com os mesmos sentimentos, exige do líder: equilíbrio no desempenho das tarefas e condução de equipes, boa comunicação, empreendedorismo, criatividade, comprometimento com o desenvolvimento organizacional, habilidades para tomada de decisão e que esteja firme para inspirar sua equipe,  mas tudo leva-nos a pensar que haja uma condição: desde que não entre em crise.

Simples, o líder não entra em crise mesmo e sabe porquê? Por que ele vive em crise como qualquer ser humano, só falta coragem para abrir seu coração. E quando chega o período da avaliação de desempenho, que pode ser um mecanismo de mera formalidade sem nenhuma contribuição positiva para o desenvolvimento nem no âmbito pessoal nem profissional, mas como um veículo de novo ciclo de frustração, medo, insegurança, mas as empresas que não adotam a avaliação estão fora de moda, mesmo que executado de forma banal. Talvez devamos pensar e avaliar até que ponto o modismo está acabando com o líder.

As pressões e exigências corporativas sobre os líderes podem estar tão fortes que estejam contribuindo para que as pessoas desistam da liderança.

A conclusão que parece óbvia é que subir de cargo aumenta a crise e como para tudo há solução o processo coaching, que também entrou na moda atualmente, não saíra da moda, mas permanecerá com os profissionais que permanecerão apoiando líderes e liderados, pessoas, a alcançarem uma versão melhor de si mesmo.

Crise é oportunidade de melhoria da sua própria versão: auto responsabilidade, auto bondade, auto liderança.

Você liderando a si mesmo.

Cristina Calligaris – Master Coach formada pelo IAPerforma

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